Resumo:
A computação móvel e ubíqua tem propiciado o advento de soluções que permitem o monitoramento em tempo real de sinais provenientes de sensores e o seu processamento por aplicações que podem executar ações de acordo com as condições encontradas. Esta característica possibilita o uso da tecnologia para o monitoramento de condições de saúde de pacientes, denominado de cuidados ubíquos. Em diversas situações, a fim de salvar vidas de pacientes, é necessária a análise de seus sinais vitais de forma a prevenir eventuais colapsos. Este trabalho se insere nestas condições, estando voltado para a antecipação de ações de times de resposta rápida baseado em análise preditiva, propondo o modelo Predictvs. Um Time de Resposta Rápida busca prevenir mortes de pacientes que tenham piora clínica fora de ambientes de Unidades de Tratamento Intensivo em hospitais. De forma diversa dos trabalhos relacionados, que se preocupam apenas com ambientes de tratamento intensivo, o modelo Predictvs busca antecipar ações dos times de resposta rápida, através da análise dos sinais vitais dos pacientes com o uso de escores de alerta precoce e regressão linear. A contribuição científica do modelo é dada em virtude da possibilidade de efetuar a predição em tempo real de possíveis situações de colapso dos pacientes através do monitoramento e análise dos sinais vitais. A avaliação do Predictvs foi efetuada com a utilização de cenários, com a implementação de um protótipo e através de diversas simulações. Análises efetuadas com cerca de 228000 medições provenientes de um dataset público apresentaram bons resultados, onde a precisão da predição para a medição seguinte se mostrou bastante alta, atingindo mais de 99% no caso da frequência cardíaca e 100% na saturação de oxigênio arterial, ultrapassando 95% nos demais sinais vitais. Além disso, o índice de falsos negativos foi consideravelmente baixo, atingindo menos de 1% na frequência cardíaca e na saturação de oxigênio arterial. O índice de falsos positivos também foi baixo, embora não tanto quanto o de falsos negativos. No entanto, predições para três ou mais medições futuras mostram queda na precisão (mesmo demonstrando valores de acerto relativamente expressivos, com diversos sinais fisiológicos acima de 98%) e aumento do número de falsos negativos e, principalmente, de falsos positivos.