Resumo:
A partir da vigência da norma de desempenho, parâmetros aquém dos de durabilidade vêm sendo estudados por projetistas e pesquisadores no Brasil. A segurança contra incêndio vem tendo maior preocupação entre os profissionais, apesar de ainda ser um tema desconhecido por parte do mercado. Busca-se que, em caso de sinistro, a edificação tenha meios de propiciar aos usuários a evacuação segura e rápida, a facilidade de acesso das ações de combate do corpo de bombeiros e a segurança do patrimônio. De acordo com os critérios de segurança contra incêndio, os recursos para dificultar os princípios de incêndio e a propagação, bem como o tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF), são definidos em função das especificidades de cada sistema projetado. O concreto, por ser um material com baixa condutividade térmica, apresenta um desempenha um bom desempenho frente ao fogo, quando comparado a outros sistemas estruturais. No entanto, este compósito, quando submetido a altas temperaturas, tem as suas propriedades mecânicas alteradas. Com a tendência de industrialização da construção civil, o uso de peças pré-fabricadas de concreto vem sendo uma alternativa de uso nas construções, no entanto o seu comportamento em casos de incêndio é pouco difundido no meio técnico. Dentre os fatores de influência que podem prejudicar a resistência ao fogo destas peças estão o teor de umidade e a pressão interna. Estes fatores, combinados ou isolados, são responsáveis por manifestações patológicas oriundas das altas temperaturas, como desplacamentos, fissurações, perda de umidade, deformações, entre outros. Ainda, uma lacuna no meio técnico é a idade de cura para realização de ensaios que possam avaliar o tempo de resistência ao fogo (TRF) de elementos de concreto. Utiliza-se como parâmetro 28 dias de idade de cura, baseados nas normas norteadoras de ensaios para avaliação da resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos. A partir deste parâmetro são realizados os ensaios de resistência ao fogo. Com baixas idades de cura, o concreto já apresenta resistência à compressão satisfatória, no entanto, o teor de umidade das peças ainda é muito alto, o que prejudica o desempenho nos ensaios de resistência ao fogo. Desta forma, projetistas optam pela alteração de projeto, aumentando o cobrimento das armaduras, fazendo adições ao concreto, etc. Assim, esta pesquisa buscou avaliar a influência do teor de umidade e da pressão interna em peças pré-fabricas de concreto, tendo como variável apenas a idade de cura das amostras, propondo um método para quantificar o teor de umidade e a pressão interna. Foram ensaiadas, em forno vertical normatizado, amostras com 7, 14, 28, 56 e 84 dias cura, submetidas à cura ambiente, logo com teores de umidades distintos. Com base nos ensaios realizados, as amostras com 84 dias de cura, as quais apontaram menores teores de umidade, apresentaram melhor desempenho frente às altas temperaturas, evidenciando a influência deste fator.