Resumo:
A durabilidade de estruturas de concreto é assunto de interesse no contexto de sustentabilidade, pois a sustentabilidade das obras concluídas pode ser verificada por meio da análise da durabilidade dos seus materiais constituintes. A previsão de vida útil de um material poderá ser verificada estudando os seus mecanismos de degradação. Dentre os fatores de degradação do concreto, encontra-se a biodeterioração. Contudo, o ataque microbiológico ainda é um assunto pouco estudado na área de construção civil. A proposta deste trabalho foi verificar a biorreceptividade de concretos com diferentes relações água/cimento e diferentes acabamentos de superfícies ao desenvolvimento de algas a partir do desenvolvimento de um método de análise da biorreceptividade do concreto específico para este trabalho. O método consistiu em ensaio acelerado de biodeterioração em câmaras de ensaio com temperatura e iluminação controladas, alto teor de umidade e inoculação de alga coletada in loco. A análise permitiu verificar um decréscimo da mancha biológica nos corpos de prova de todas as variáveis. A diferença da velocidade do decréscimo da mancha biológica nas diferentes variáveis evidenciou a biorreceptividade dos materiais. Foi possível identificar uma tendência em que quanto maior a relação água/cimento, maior a biorreceptividade e quanto menor a rugosidade, menor a biorreceptividade. Assim, estes parâmetros poderão auxiliar na obtenção de concretos mais duráveis frente ao crescimento de algas.