Resumo:
Esta dissertação apresenta uma análise da relação entre o consumo energético para climatização de uma edificação comercial com os sistemas de ar condicionado do tipo SPLIT e VRF e, alguns parâmetros arquitetônicos da envoltória que foram variados no modelo de referência. As análises foram realizadas por simulação computacional, através do programa EnergyPlus. Foram simulados casos com variações no modelo de referência, de tipos de cobertura e de fechamento opaco do envelope, característica dos vidros, inserção de brises verticais e horizontais e redução do percentual de área de janelas nas fachadas, para os dois sistemas de ar condicionado. Adotou-se o clima de Porto Alegre, o qual está localizado na Zona Bioclimática Brasileira 3. O modelo de referência adotado foi criado a partir de um levantamento fotográfico de edificações comerciais com mais de quatro pavimentos na cidade de Porto Alegre. A partir deste levantamento, a tipologia que foi adotada representa um edifício de dez pavimentos com perímetro de dimensões 27 x 7,5 m e pé-direito de 2,60 m. Para analisar o comportamento energético do modelo de referência foram inseridos dados dos componentes construtivos, do padrão de ocupação, das cargas energéticas do sistema de iluminação e dos equipamentos, do condicionamento de ar e de infiltração. Com esses dados inseridos no EnergyPlus, foi possível dimensionar a carga térmica dos equipamentos de ar condicionado e então iniciar as simulações onde os materiais foram variados, um por vez. Na análise de todas as variações propostas, observou-se que a alteração das características do vidro incolor 3mm pelas do vidro refletivo 6 mm, foi o parâmetro que mais influenciou na redução do consumo energético para refrigeração. O agrupamento das três melhores soluções: vidro refletivo de 6 mm, brises horizontais e cobertura metálica com isolamento, gerou uma redução no consumo do sistema de condicionamento de ar de 35,7% com o SPLIT, passando de 53,4 kWh/m2 para 34,33 kWh/m2, e 41,94% para o VRF, reduzindo de 36,04 kWh/m2 para 20,92 kWh/m2. Também pode-se observar que o COP real dos equipamentos de condicionamento de ar foi bem maior que o nominal na maior parte do tempo, com uma média de aproximadamente 4,5 para o SPLIT e 6,2 para o VRF.