Resumo:
O modo como as pessoas fazem turismo mudou consideravelmente nas últimas décadas. Essas mudanças de comportamento foram influenciadas, entre outros, por fatores tecnológicos, pois os turistas agora possuem diversas ferramentas de apoio desde o momento em que se pensa em fazer turismo, durante o turismo propriamente dito, e até mesmo após ele. Com isso, espera-se muito mais dessas ferramentas de apoio no quesito utilidade, confiabilidade e qualidade no serviço prestado. Muitos estudos têm sido conduzidos nesse sentido, diversos avanços já foram alcançados e atualmente já existem ferramentas que atendem várias demandas atuais dos turistas em seus itinerários. No entanto, a maioria delas não levam em consideração alguns aspectos importantes para que o turista seja realmente auxiliado, como por exemplo, encontrar informações turísticas sobre cidades consideradas de pequeno porte ou distantes de locais turísticos expressivos. O que muito se nota nessas ferramentas atuais, até mesmo nas de cunho comercial, é que somente são contempladas as cidades de grande porte, de alto fluxo de turistas. As demais cidades, que também possuem seus atrativos turísticos, são deixadas de lado. Outra característica comum nas ferramentas atuais é que os guias são gerados previamente e são entregues muitos dados estáticos aos turistas. No modelo de arquitetura desenvolvido neste trabalho, a coleta por informações turísticas acontece de maneira dinâmica, realizando buscas de conteúdo na web em diversas bases de conhecimento abertas e que estão em constante atualização. A partir daí essas informações são organizadas e armazenadas em ontologia, e por fim, entregues ao turista, baseadas em princípios de computação ubíqua. Essa capacidade de realizar buscas na web faz com que um número maior de cidades possa ser encontrado e se consiga chegar a um bom nível de satisfação do turista no uso da ferramenta, bem como eleva a percepção do grau de utilidade da arquitetura proposta. Portanto, o objetivo deste trabalho é desenvolver um modelo de arquitetura de sistema para o turismo ubíquo, baseado em dispositivos móveis, chamado de Ataîru, que na língua indígena Tupi-Guarani significa “companheiro de viagem”. O modelo considera dados sobre a localização e perfil do turista, bem como sobre dados climáticos, data e hora do local pesquisado, para prover respostas personalizadas aos turistas. Para avaliar o modelo proposto, foram utilizadas três técnicas pertinentes, a saber: avaliação por cenários, avaliação de desempenho e avaliação de usabilidade. Na avaliação de desempenho mostrou-se a viabilidade do modelo através de testes feitos no ambiente de nuvem computacional. Na avaliação de usabilidade foram convidados voluntários para usarem o aplicativo móvel cliente Ataîru, onde o objetivo foi avaliar a (1º) percepção de facilidade de uso e (2º) percepção de utilidade do aplicativo, e a (3º) percepção de utilidade das informações apresentadas, alcançando percentuais de concordância total de 72,5%, 82,5% e 67,5%, respectivamente e de concordância parcial de 27,5%, 15% e 30%, respectivamente. Isso mostra que o modelo supre a necessidade dos turistas de informações turísticas de cidades consideradas pequenas ou distantes de locais turísticos expressivos, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo.