Resumo:
As transformações sociais, tecnológicas, econômicas e culturais constituem um processo de mudança percebida na sociedade como um todo. Significa a necessidade da compreensão da mudança e da complexidade de um ponto de vista global, uma mudança no modo de pensar. Emerge a necessidade da administração de estruturas sociais e organizacionais cada vez mais complexas. Neste sentido, o Pensamento Sistêmico mostra-se como uma alternativa ao Pensamento Analítico Cartesiano uma vez que o Pensamento Sistêmico propõe o desafio aos modelos mentais que impedem a visão sistêmica e sustentável das soluções. Do mesmo modo, o Design Estratégico, a partir da interpretação da complexidade da realidade, oferece transformações necessárias por meio de sua capacidade de ver (interpretar o contexto), prever (construir cenários) e fazer ver (tornar o conceito concreto) (ZURLO, 2010). Sua atuação é evidenciada por uma lógica de fazer, aplicando um olhar do todo e conduzindo o processo até as etapas mais tangíveis da execução. Observar contextos, antecipar mudanças e visualizar cenários são perspectivas de atuação que encontram relação entre as dimensões do Design Estratégico e do Método Sistêmico. Neste sentido, a presente pesquisa buscou compreender de que forma o Design Estratégico pode contribuir com o Método Sistêmico na construção de cenários para a resolução de problemas complexos. Os subsídios empíricos e conceituais da pesquisa-ação foram obtidos com base na revisão bibliográfica, workshops aplicados em uma organização do terceiro setor, observação participante e entrevistas realizadas. Como resultado, propõe-se um ensaio metodológico preliminar que contempla conceitos, princípios e instrumentos voltados ao estímulo da colaboração, criatividade, inovação e visualidade através da introdução de ambientes e dados externos ao problema, da Pesquisa Blue Sky, do contrabriefing e de recursos visuais.