Resumo:
A tomada de decisão em investimentos tem representado um dos principais desafios com os quais se deparam os investidores ao longo do tempo. Constatam-se ainda muitas controvérsias quanto à capacidade das análises existentes em obter retornos positivos no mercado financeiro. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho se concentra em avaliar o resultado financeiro da seleção de ações com o uso de dois critérios, um Fundamentalista e um Técnico, isolados e de forma combinada, em comparação ao retorno do índice de referência (Índice BOVESPA). Para a consecução desse propósito, primeiramente promoveu-se uma revisão teórica visando encontrar pontos de similaridades, conflitos e complementaridades dos dois tipos de análises, e como resultado, concluiu-se que a Análise Fundamentalista evidencia critérios melhor definidos para a escolha de qual ação comprar; já a Análise Técnica fornece ferramentas que definem com mais clareza o momento de comprar ou de vender determinada ação. A partir desse resultado, efetuou-se uma simulação computacional de três estratégias com dados fundamentalistas e técnicos do período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014: uma Técnica, com o uso de médias móveis (aritmética e exponencial); uma Fundamentalista, utilizando-se a relação Book-to-Market (BM) como critério de seleção; e uma análise Híbrida, que aplicou o critério fundamentalista para a escolha de qual ação comprar e o critério técnico para decidir a hora de comprar ou de vender. Nas três simulações, as ações foram classificadas em grupos a partir de uma análise de Cluster, a qual adota o coeficiente de Spearman ao quadrado, de forma que duas ações do mesmo grupo não poderiam compor a carteira ao mesmo tempo. A partir da análise com o emprego do MaxiMax, do MaxiMin e do Minimax, e aplicando um teste estatístico de comparação por ranqueamento, depreendeu-se que a estratégia Fundamentalista desempenhou significantemente melhor em todos os cenários simulados (ao nível de 0,05), e que as abordagens Híbrida e Fundamentalista tiveram desempenho melhor que o IBOV. No entanto testou-se somente um tipo de cada abordagem.