Resumo:
A atividade de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação tem se mostrado indissociável da promoção ao desenvolvimento econômico das nações e da competitividade das empresas sobre suas concorrentes. É neste contexto que se inserem políticas públicas de inovação, dentre elas, os incentivos fiscais concedidos pelo poder público, cujo interesse se justifica pela influência da inovação no crescimento da economia. No ano em que a Lei 11.196 de 2005 (Lei do Bem) completa uma década de benefícios fiscais a empresas inovadoras, este trabalho busca inferir a efetividade deste instrumento sobre a rentabilidade de empresas de capital aberto incentivadas, de 2006 a 2012. A amostra é composta por 173 empresas de capital aberto, sendo elas participantes e não participantes da Lei do Bem, de 18 setores, constituindo 1.117 observações. Controlando por diversas características das empresas, buscou-se mensurar o efeito da Lei do Bem sobre o Return on Assets (ROA) das empresas. Tanto o método Pool de OLS quanto o método de Diferenças em Diferenças indicaram uma relação positiva e estatisticamente significativa (1%) entre a Lei do Bem e o ROA. Os resultados do método de Diferenças em Diferenças apontaram que participar da Lei do Bem tende a aumentar o ROA das empresas em 1,65 p.p. em média, sugerindo que este é um mecanismo governamental que provoca resultados positivos no desempenho econômico das empresas. Assim, o estudo contribui para apresentar qual foi a influência da Lei do Bem sobre o ROA das companhias de capital aberto desde a criação deste incentivo fiscal.