Resumo:
Esta dissertação de mestrado busca analisar como os conteúdos voltados à oralidade e aos conhecimentos linguísticos são abordados em dois livros didáticos de português do 6º ano, procurando verificar se as atividades voltadas a esses campos de estudo são coerentes para o ensino e para o uso da língua. O trabalho considera dois livros didáticos aprovados pelo PNLD 2014. O primeiro é “Singular e Plural – Leitura, produção e estudos de linguagem”, de Figueiredo, Balthasar e Goulart (2012), adotado por uma escola privada de um município maranhense; o segundo, adotado por escolas públicas, é “Vontade de saber português”, de Tavares e Conselvan (2012). A base teórica do estudo concentra-se em uma retomada do que se entende por fonética e fonologia, em reflexões sobre suas diferenças e aproximações, evidenciando variações fonéticas e fonológicas, traços da oralidade e da escrita, considerando também aspectos históricos sobre o livro didático no Brasil. Também são apresentados estudos de Rodrigues (2005), Borstel (2008), Silva (2012), Veloso e Rodrigues (2002), Batista (2011), Haupt (2012), Faraco (2014), dentre outros, por se voltarem ao tema em foco. A análise está dividida em duas etapas. Na primeira, retomamos a leitura de Leis e Programas Governamentais que antecederam e influenciaram o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2014) de Língua Portuguesa, como os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) e o Referencial Curricular de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental do Estado do Maranhão (RCLPEF). No que concerne aos livros didáticos, são considerados capítulos e seções voltadas para o estudo de temas relacionados à oralidade e aos conhecimentos linguísticos, conforme orientações de Brasil (2013) e Maranhão (2010), com a apresentação dos temas correspondentes e presentes nos livros didáticos. De posse desses temas, verificamos como estes se relacionam aos critérios adotados pelo PNLD 2014 e aos conteúdos previstos no RCLPEF (MARANHÃO 2010). Por último, apresentamos considerações sobre as análises dos livros, destacando que, em linhas gerais, as obras analisadas contemplam aspectos necessários ao trabalho com a oralidade e conhecimentos linguísticos. Entretanto, vemos necessidade de mais atenção a tais aspectos para considerar, de fato, as especificidades linguísticas de seus usuários, sem privilegiar classe social ou região do país. Além disso, salientamos que o livro didático não deve ser a única fonte de conhecimento da qual o professor deve se valer, mas um apoio para o ensino-aprendizagem da língua no seu cotidiano escolar.