Resumo:
Esta pesquisa trata da recepção de infográficos webjornalísticos. O objetivo geral é investigar e compreender os usos, as apropriações e os sentidos produzidos por usuários destes produtos jornalísticos. Também são consideradas três instâncias, aqui tratadas como mediações: competências midiáticas/jornalísticas/de infográficos; competências tecnológicas; competências culturais – conhecimento e práticas em relação aos assuntos abordados pelos infográficos. Após um resgate histórico do uso jornalístico da linguagem infográfica, são definidos parâmetros para identificar os chamados infográficos webjornalísticos: produtos calcados no binômio imagem + texto, que narram uma história jornalística e apresentam recursos de hipertextualidade, interatividade e multimidialidade, estando presentes em sites noticiosos. Já a recepção é vista como um lugar desde onde compreender o processo comunicacional, não como uma etapa de um movimento que vai do emissor ao receptor. Na web, a recepção apresenta especificidades como a imersão, a exploração e a intervenção do sujeito no ambiente digital. Esse indivíduo é aqui trabalhado pelo termo usuário, alguém que produz sentidos e se apropria dos produtos midiáticos conforme lógicas perpassadas por matrizes socioculturais – globalização, midiatização e práticas de consumo. Para compreender os usuários de infográficos webjornalísticos em suas particularidades, então, foi preciso elaborar um arranjo metodológico baseado em entrevistas com os sujeitos e na observação de suas navegações pelos infográficos. Procurou-se apreender, assim, as maneiras de navegação e os sentidos produzidos pelos usuários, tendo em vista sua relação com as mídias, com a tecnologia e com os assuntos abordados em cada infográfico. Percebeu-se que o interesse pelas histórias, bem como por recursos multimidiáticos e/ou textuais dos infográficos, é configurado pelas mediações observadas na pesquisa. Constatou-se, ainda, que os usuários tendem a seguir as lógicas esquemáticas dos infográficos, mesmo identificando a possibilidade de uma navegação não-sequencial.