Resumo:
As empresas familiares representam 90% das empresas no mundo e também no Brasil. Somente 30% sobrevivem na segunda geração. Dentre as dificuldades encontradas por elas está o planejamento sucessório. Este planejamento tem impactos na gestão e, em especial, no desempenho econômico e governança das empresas, tema debatido academicamente na busca de respostas e de novos modelos. A literatura aponta quatro dimensões deste planejamento: CEO, Família, Propriedade e Gestão/Empresa, sendo neste estudo o líder (CEO) da organização, o fundador da empresa. A partir destas dimensões é possível compreender melhor a dinâmica e complexidade deste tema. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é investigar como as empresas familiares de pequeno e médio porte planejam seus processos sucessórios sob a perspectiva do fundador. Para explorar esta questão foi selecionada a primeira geração (fundador) de empresas familiares do estado do Rio Grande do Sul. Com base neste estudo foi possível concluir que há uma tendência de não planejamento formal no tocante à saída do fundador, tanto da liderança como da propriedade, a inexistência de espaços para a família discutir a sucessão do negócio, a dificuldade em separar a gestão da empresa com a propriedade, a falta de estruturas de governança corporativa, a tendência de profissionalização da gestão, o alto valor dado à boa formação dos filhos, a inexistência do planejamento sucessório incorporado nas rotinas das empresas e o desejo de os filhos sucederem sua função mais no aspecto que tange à propriedade do que à liderança. Isto aponta algumas diretrizes para melhoria do planejamento sucessório das empresas familiares estudadas. Estas diretrizes estão fundamentadas nas quatro dimensões. Fundador, Família, Propriedade e Gestão/Empresa.