Resumo:
Este trabalho analisa a orquestração de redes de inovação em Living Labs brasileiros para o desenvolvimento de inovações sociais. Para responder a questão de pesquisa e os objetivos propostos, buscou-se na Visão Baseada em Recursos - VBR contribuições para melhor compreender como são geridos e mobilizados os recursos compartilhados nas redes de inovação em Living Labs brasileiros no desenvolvimento de inovações sociais. Para os estudos de casos, foram selecionados três Living Labs brasileiros: o Living Lab Habitat (Vitória, Espírito Santo), o Corais (Curitiba, Paraná) e, o TransLAB (Porto Alegre, Rio Grande do Sul). As evidências vieram de três fontes distintas: documentos ou registros, acesso a diferentes mídias, incluindo redes sociais e de entrevistas semiestruturadas Os dados foram analiados de acordo com categorias de análises contextuais que dizem respeito as inovações sociais e aos Living Labs e, específicas sobre a “orquestração de redes de inovação”. Em linhas gerais, o estudo contribuiu com a teoria existente de quatro maneiras: (i) uniformizando o debate em torno do campo de estudo sobre inovações sociais; (ii) refletindo sobre os emergentes Living Labs brasileiros e a sua ênfase no desenvolvimento de inovações sociais; (iii) criando conexões entre a ideia de um orquestrador e a noção de “orquestração de recursos” e com o conjunto de processos e tarefas específicas, denominado “orquestração de redes de inovação”, e (iv) promovendo a compreensão sobre como os Living Labs pesquisados conduzem a “orquestração de redes de inovação” para o desenvolvimento de inovações sociais. Mais especificamente, este estudo proporciona: a) a apresentação de um conceito denominado “redes de inovação social”, b) a construção de um quadro conceitual da inovação social c) a compreensão das concepções sobre Living Labs, d) a sugestão de uma definição para Living Labs, e) a ilustração do contexto de emergência dos Living Labs no Brasil, g) a identificação de um processo adicional na orquestração da rede de inovação, neste caso a cocriação, bem como as suas tarefas específicas: empoderamento, envolvimento e proximidade das partes interessadas, e h) a inserção da discussão da inovação social no âmbito da VBR. Além disso, possibilita aos gestores de Living Labs construirem um quadro de que os possibilite aprimorar sua gestão em relação as redes de inovação social a partir dos relatos apresentados neste estudo e dos novos discernimentos obtidos.