Resumo:
A cristalização de sais é uma patologia importante e freqüentemente observada em alvenarias. No entanto é ainda uma das patologias menos compreendidas. O objetivo deste trabalho é justamente avaliar o impacto da florescência de sais solúveis em corpos-de-prova cerâmicos desenvolvidos com lodo de fosfatização. Para tanto, foram moldados corpos-de-prova com 0; 2,5% e 5% (em peso) de lodo, os quais foram sinterizados a temperatura de 750ºC, 850ºC, 950ºC e 1050ºC. Os corpos-de-prova foram divididos em dois grupos, dos quais um foi mantido sob temperatura e umidade controladas e o outro, submetido a ciclos de molhagem e secagem. Os grupos foram ensaiados em 1, 30, 110 e 180 dias. Foram submetidos à análise de imagem (através de Lupa binocular, software gráfico e microscopia eletrônica de varredura), absorção de água por capilaridade, porosimetria por intrusão de mercúrio e resistência à flexão. Para análise química e das fases presentes, foram realizadas análises via difração de raios-x, fluorescência de raios-x e espectrometria de emissão atômica. Os resultados indicam a presença de alumínio, silício, cálcio, potássio, enxofre, ferro e manganês, dos quais se destaca a combinação entre o enxofre e cálcio. Desta forma, a gipsita é tida como provável responsável pelos sais solúveis, cujos depósitos foram encontrados sob variada extensão e intensidade, predominado nos corposde-prova com adição de lodo. A variação da porosidade e a aparente diminuição do coeficiente de absorção capilar ao longo dos ensaios podem ser associadas aos processos de solubilização e recristalização da gipsita. No tempo de ciclagem estudado, o fenômeno não apresentou influência na resistência mecânica dos corpos-de-prova.