Resumo:
A discussão sobre a eficiência de mercados é recorrente nos estudos de finanças. Este estudo retoma ao tema, ao investigar se é possível ao investidor que seguir recomendações públicas de investimentos obter ganhos superiores aos de mercado. Em relação a estudos anteriores, esta pesquisa acrescenta uma nova variável, a incidência do imposto sobre a renda – I.R. como um importante custo de transação. O atual estudo trabalha com uma carteira com administração ativa formada a partir das indicações de analistas consultados pelo jornal Valor Econômico entre janeiro de 2003 e dezembro de 2011. Compõem a amostra, como instrumentos de controle, o índice Ibovespa e três fundos de investimentos com gestão ativa e lastro no Ibovespa. Diversas estatísticas foram calculadas, no intuito de demonstrar o desempenho das carteiras. Testes estatísticos foram realizados com o fim de avaliar a significância estatística das diferenças encontradas (ANOVA e Teste Tukey). Dos resultados, observa-se que, a carteira com administração ativa, CV, apresentou não apenas retornos superiores aos apurados para as demais carteiras, como um desempenho em termos de relação risco/retorno também superior. Entretanto, do ponto de vista estatístico, apenas uma medida de desempenho mostrou-se significante. Isto não permite afirmar de forma categórica a superioridade da administração ativa. Apesar de boa parte dos resultados não serem significativos estatisticamente, pode-se dizer que o investidor não ficaria insensível às diferenças encontradas, pois foi possível observar os seguintes aspectos: obtenção de carteira com resultados superiores para o Índice de Sharpe, o Alfa de Jensen, o Índice de Treynor e Índice M2. Isso tudo permite colocar em dúvida a hipótese de eficiência do mercado de capitais brasileiro.