Resumo:
Propõe uma teoria dos jogos digitais. Para tanto, apresenta uma estrutura de análise que divide os jogos em três instâncias - produção, interpretação e discurso -, e três dimensões que as atravessam - lógica, estética e tecnológica. As instâncias permitem pensar os games como produtos de comunicação e portanto afetados por lógicas sociais, políticas, econômicas, estéticas e tecnológicas, servindo como ponto de entrada dos fatos do mundo ‘externo’ dentro da produção, do discurso e do jogar games. As dimensões dão conta das formas pelas quais esta produção, discurso e fruição acontecem e dizem respeito às especificidades internas da linguagem dos games. Para estas, são propostos conceitos como ludemas/sistema de regras, vivacidade/interatividade, manifestações discursivas e estruturas discursivas. A estrutura em dois níveis (instâncias e dimensões) permite lidar com os fenômenos desta mídia tanto a partir de suas afetações internas - lógica, estética e tecnologia tensionando-se e modificando-se -, bem como em um nível mais geral ao evidenciar como cada dimensão é também uma resposta às forças externas que partem de um contexto sócio-cultural. A construção dessa estrutura conceitual permite o desenho de uma teoria dos jogos digitais: mostra seus conceitos fundamentais, seus modos de relacionamento internos, suas conexões com o mundo externo e modos de funcionamento.