Resumo:
Trata-se de um estudo transversal para investigar a relação entre transtornos psiquiátricos menores e sintomas do climatério, bem como os fatores associados, em 615 mulheres, de 40 aos 65 anos, atendidas em um ambulatório de climatério e cirurgia ginecológica do sistema público de saúde no sul do Brasil. Avaliou-se Transtornos Psiquiátricos Menores (TPM) pelo Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) e Sintomas do climatério pelo Menopause Rating Scale (MRS). Criou-se um escore para sintomas do climatério e categorizado em 3 níveis de sintomas: nenhum/leves; moderados; e altos/muito altos. Foram calculadas as razões de chances brutas e ajustadas, com seus respectivos intervalos de confiança de 95%, utilizandose Regressão Logística Ordinal. A prevalência de sintomas do climatério nenhum/ leves foi de 34,1% (IC 95% 30,3-37,9); moderados 29,6% (IC 95% 25,8-33,1) e altos/ muito altos 36,3% (IC 95% 32,4-40,0). A prevalência de TPM foi de 66,6% (IC 95% 62,8-70,3). Após ajuste, mulheres acima de 50 anos, com companheiro, de menor escolaridade, fumantes, com maior número de gestações durante a vida reprodutiva, obesas, em uso de medicação psicotrópica e que estavam na pós-menopausa apresentaram maior chance de ter sintomas do climatério. Apresentar TPM esteve associado a uma chance cerca de 8 vezes maior para sintomas do climatério, quando comparadas com aquelas mulheres sem estes transtornos. Os TPM estão fortemente associados à presença de sintomas do climatério, independente de fatores sociodemográficos, comportamentais, reprodutivos e uso de medicação psicotrópica.