Resumo:
O presente estudo teve como objetivo a implantação do gerenciamento dos cuidados de enfermagem na comunidade João Paulo II da Província do Brasil Meridional (BRM), localizada em Florianópolis/SC, como unidade piloto do estudo. Descreve-se características demográficas, clínicas e de saúde, identificando as necessidades de saúde, sistematizando os cuidados prestados à saúde e construindo um fluxograma dos acompanhamentos clínicos desta comunidade. Caracteriza-se como um estudo de intervenção, com enfoque quantitativo. Trata-se de uma comunidade de 13 religiosos jesuítas, com idades variadas e atividades laborativas diversificadas. O gerenciamento das ações de enfermagem implantadas centraliza-se no Instituto São José, Casa de Saúde dos jesuítas da BRM em São Leopoldo/RS. A idade variou de 33 a 82 anos, quanto à procedência, a maioria são descendentes do estado do Rio Grande do Sul. Na escolaridade, aparece o ensino superior com maior evidência. Em relação à categoria religiosa, tiveram-se Padres, Irmãos e Escolásticos, com ocupações diversificadas, de acordo com a categoria religiosa e missão recebida. O fato de serem proprietários da instituição, faz com que a jornada de trabalho seja máxima estabelecida por lei. Outro ponto pesquisado foi o lazer, esse aparece entre todos de forma variada. Nos dados clínicos, no que se refere ao Índice Massa Corporal (IMC) e a Mini Avaliação Nutricional (MAN), foram encontrados jesuítas, abaixo do peso, risco de desnutrição, desnutridos, com sobrepeso e obesos. Também apareceu o hábito de fumar e de ingerir álcool. . Poucos realizaram a prática de atividade física. Os diagnósticos clínicos que mais apareceram foi de HAS e DM2. A maioria não tem médico assistente e não realizam exames médicos periodicamente. Nenhum dos pesquisados possuem o esquema vacinal de forma completa e atualizada. No uso das redes de apoio em saúde, à procura ocorre entre os postos de saúde, farmácias, centro de exames diagnósticos e radiológicos e clinica de fisioterapia. As medicações são gerenciadas pelos próprios sujeitos pesquisados e prescritas de acordo com os diagnósticos clínicos. Na auto percepção em saúde, a avaliação ficou entre “boa” e “muito boa”, o que leva a crer, que todos tem uma percepção positiva de sua saúde. A espiritualidade dos jesuítas, demonstrou que, há uma relação intima entre o transcendente e o imanente. De acordo com as situações de saúde dos Jesuítas, enumeraram-se diagnósticos de enfermagem e intervenções de acordo com a taxonomia da Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC), permitindo elaborar um plano de cuidados de enfermagem para a comunidade João Paulo II e outro de caráter individual. Esse plano de cuidados deve ser acompanhado periodicamente pelo enfermeiro, através de um fluxograma. Outras situações encontradas como, não realizar exames médicos periódicos; não possuir médico assistente; não usufruir de redes de apoio, não ter orientações sobre espiritualidade e o uso de medicações, não são contemplados com os diagnósticos e intervenções da CIPESC. Espera-se, com essas intervenções, facilitar a elaboração de um instrumento para uma boa gestão em saúde dos Jesuítas das demais residências da Província BRM.