Resumo:
O presente estudo investigou se as companhias abertas familiares, entre 2005 e 2012, possuem criação de valor, desempenho operacional, nível de alavancagem e despesas administrativas diferenciados em relação às empresas não familiares. Também, investigou-se diferenças de performance dentre as empresas familiares sob diferentes modelos de gestão. Os resultados para as variáveis de valor e desempenho demonstraram sensibilidade dependendo do conceito de empresa familiar utilizado. Para as empresas familiares sob o conceito amplo (CF1), os resultados obtidos para criação de valor e desempenho operacional são inferiores as empresas não familiares privadas. Para os demais conceitos de empresa familiar (CF2 e CF3) não há indicativos estatísticos de diferença entre os resultados. Através destes achados, pode-se supor que o controle acionário familiar não majoritário, a divisão do controle da empresa em várias famílias e a ausência do laço da família fundadora com a companhia, prejudique o desempenho das empresas familiares. Na análise dos níveis de alavancagem, os resultados indicam que apenas as empresas familiares em que a família fundadora ainda possua grande influência (CF3) são mais alavancadas. Para a métrica de despesas administrativas, as empresas familiares sob o conceito amplo (CF1) apresentaram maiores gastos em relação as não familiares, evidenciando maior conflito de agência entre os acionistas controladores e minoritários nestas empresas. O modelo de gestão mais eficiente em termos de valor de mercado, para as empresas familiares, é a Gestão Familiar do Fundador. Todos os resultados descritos são confirmados nas análises de Robustez.