Resumo:
O presente trabalho tem o objetivo de pesquisar a transgressão como característica da reportagem no jornalismo impresso. O ponto de partida é a pesquisa do histórico evolutivo da reportagem, especialmente no jornalismo brasileiro, e sua afirmação como gênero, diferenciando-se da notícia. Na compreensão do gênero, registramos também os obstáculos ao seu desenvolvimento no país e a existência de uma “crise da reportagem” nos dias atuais. O jornalismo é abordado em uma perspectiva sistêmica, sob ângulos de análise da semiótica, que nos conduzem à noção de fronteira, sugerida como território sígnico da reportagem. A fundamentação teórica dos conceitos de transgressão e de noções relacionadas ao termo, articulada com a contribuição de diversos campos do conhecimento, permite a construção de um quadro de características da transgressão jornalística, colocado à prova na análise de casos. Entendemos que este estudo contribui para a observação de práticas jornalísticas transgressoras, verificando seu potencial de desautomatização, transformação e reconfiguração do sistema.