Resumo:
Esta pesquisa se propôs a descrever e analisar as apropriações, interações e produções digitais dos estudantes/comunicantes EaD do semiárido piauiense. As questões que são discutidas ao longo deste texto buscam identificar as apropriações, interações e produções comunicacionais e educacionais dos estudantes EaD/UFPI. Além disso, visam descobrir quem são os estudantes/comunicantes da Educação a Distância no Semiárido piauiense; quais as ressignificações de tempo, espaço e aprendizagem construídas pelos discentes na modalidade EaD e a relação que eles desenvolvem com a tecnologia, o Moodle e as redes sociais no cotidiano. Para tanto, realizamos uma pesquisa transmetodológica que envolveu diversas fases. Dentre elas, uma fase exploratória, na qual foi realizada a análise documental e aplicados questionários. Na fase seguinte, realizamos uma (n)etnografia que proporcionou o acompanhamento presencial e também do ethos comunicacional digital dos discentes. Para apreendermos elementos do cotidiano digital acompanhamos as migrações digitais dos discentes no Moodle e rede de modo geral. No sentido de aprofundar as informações realizamos entrevistas semi estruturadas pela internet que foram registradas nos chats inbox do Facebook. Os referenciais que balizaram os conceitos e análises foram Certeau (1998), de quem relativizamos o conceito de modos de fazer às produções comunicacionais dos discentes, bem como a definição de tática, pois os discentes/comunicantes utilizam diversas táticas para conseguirem se conectar à internet. Ademais, com os trabalhos de Castillo (2010) identificamos a definição de textos paralelos, a qual confluiu para a acepção do conceito de textos paralelos digitais como forma de produção comunicacional dos discentes. Nos trabalhos de Freire (1983); Vygotsky (1994, 2000) e Bakhtin (2002) destacamos as definições de interação como um processo de alteridade. Ao final deste estudo, entendemos que os discentes ressignificam os conceitos de tempo e espaço. Além disso, ampliam as formas de produção comunicacional ao longo do processo de formação EaD. Nesse sentido, verificamos que os discentes/comunicantes assinam tacitamente um Contrato de Educação Midiatizada, o qual possibilita transformações no uso da tecnologia e dos processos comunicacionais.