Resumo:
Esta pesquisa tem por objetivo analisar as práticas de controladoria adotadas por empresas atuantes no Brasil sob a ótica da teoria da contingência. Ela busca identificar as práticas adotadas pelas empresas, as características dos fatores contingenciais, os valores das variáveis de desempenho e analisar a relação entre as práticas, os fatores e o desempenho. A amostra da pesquisa é composta por 73 empresas listadas no Anuário Valor 1000 – Edição 2012. Os dados foram coletados por meio de questionário. A análise foi realizada através de distribuição de frequência, da análise de cluster, do teste Exato de Fisher, do Kruskal-Wallis e da Mediana. Os principais resultados, sob a percepção dos gestores das empresas, apontam que as práticas de controladoria mais utilizadas são: orçamento operacional, avaliação de desempenho e planejamento tributário. Os ambientes da maioria das empresas são marcados por dinamismo, diversidade, complexidade e hostilidade. A estrutura é mecanicista. Os processos são rotineiros, complexos e padronizados. Possuem núcleos de tecnologia que visam maior eficiência nos processos. O maior desempenho das empresas do Cluster 3 pode ter sido favorecido pelo fator ambiente, pelo alinhamento entre os fatores ambiente e estratégia, ambiente e estrutura, estratégia e tecnologia, e pelo grau de adoção do orçamento de capital e do valor econômico adicionado. O desempenho intermediário das empresas do Cluster 1 pode ter sido decorrente do ajuste entre os níveis do ambiente e a estratégia prospectora, entre esta e a tecnologia e o alto grau de adoção do orçamento de capital, visto que apresentam falta de ajuste entre os fatores estrutura e tecnologia, estrutura e estratégia, e os maiores graus de adoção do custeio meta e padrão que são incoerentes com a estratégia adotada. O menor desempenho das empresas do Cluster 2 pode ser decorrente do desajuste entre o fator estratégia com os fatores estrutura e tecnologia, e pelos menores graus de adoção do orçamento de capital e do valor econômico adicionado. Conclui-se que o maior alinhamento entre os fatores contingenciais e a adoção de práticas de controladoria pode influenciar o desempenho das empresas.