Resumo:
O objetivo do estudo é identificar os determinantes socioeconômicos relacionados às altas taxas de mortalidade por suicídio nos municípios do Brasil e, principalmente, no Rio Grande do Sul. Como metodologia, empregaram-se métodos para dados de contagem: Regressão de Poisson, Regressão Binomial Negativa e Regressão Quantílica para Dados de Contagem. Os resultados mostraram que entre os indicadores socioeconômicos desenvolvidos pela FIRJAN, apenas o IFDH Saúde demonstrou ser importante na determinação das mortes por suicídio nos municípios brasileiros. Contudo, os suicídios ocorridos nos municípios do Rio Grande do Sul, no período analisado, não demonstram ser influenciados pelo IFDH Saúde e Educação. Além de apresentar uma relação positiva com óbitos por violência auto infligida, a pobreza contribuiu de forma importante nos municípios com elevado número de mortes. A associação entre a taxa de desemprego e o número de mortes por suicídio mostra uma relação inversa, de maneira que se a taxa de desemprego dos municípios aumenta, a tendência é diminuir as mortes por suicídio. Mostrou-se também que um dos principais fatores que afetam o número de casos de suicídio tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul é o nível de dependência agropecuária. Por fim, foi possível diagnosticar, também, que a característica cor/raça branca e indígena está entre os principais fatores determinantes das mortes por suicídio nos munícipios brasileiros.