Resumo:
A busca por um padrão geográfico de distribuição da diversidade de espécies sempre foi e continua sendo um tema central em ecologia. As investigações sobre este tema começaram com o naturalista von Humbolt em 1769, passaram pela biogeografia de ilhas de MacArthur (1972) e em cerca de 200 anos foram construídas mais de 120 hipóteses objetivando explicar o padrão de variação na distribuição da riqueza de espécies (Diniz-Filho et al., 2003). Brown & Maurer (1989) propuseram a abordagem do tema de forma transdisciplinar, através da macroecologia, que integra o conhecimento da ecologia, biogeografia, fisiologia, paleontologia, entre outras, para compreender a divisão do espaço e dos recursos entre as espécies, substituindo os experimentos pela observação em grande escala de tempo e espaço. No entanto, ao longo das investigações a escala de tempo e de espaço perdeu relevância em detrimento da identificação, através de análises estatísticas, de variáveis ecologicamente informativas que explicam a distribuição dos padrões de diversidade (Brown, 1995, Diniz-Filho et al., 2008). A descoberta destas variáveis permitiu compreender a variação na distribuição da riqueza e abundância de espécies avaliada em uma escala continental, regional e local.