Resumo:
O texto possui como alicerce as questões histórico-sociais e culturais do cinema argentino, as questões identitárias de gênero e sexualidade envolvidas nas obras desse cinema e também os fatores comunicacionais dessas audiovisualidades que as configuram como um modo de expressão artística através da sétima arte. O estudo adota uma perspectiva pós-estruturalista, por meio de autores como: Michel Foucault, com seu método de analisar a procedência dos fenômenos de produção de subjetividade que constituem o meio social através dos jogos de verdade; Gilles Deleuze, que faz uma análise do dispositivo foucaultiano da sexualidade e do desejo, demonstrando a maneira com que as linhas de força realizam o atravessamento nesse objeto; e também Roland Barthes, através do estudo da crítica como um método interpretativo sobre o olhar. Com os processos históricos que configuraram o dispositivo cinema na Argentina já traçados, há a identificação dos modos de se realizar o audiovisual no país, o reconhecimento realizado de uma nova manifestação na sétima arte, na qual se realizou o recorte, além da pré-análise dos observáveis elaborada, analisando-se linhas de fugas que fazem os atravessamentos nesse dispositivo cinema, identificando um lugar no qual essas linhas articulam-se em direção à expressão de novas e outras subjetividades no âmbito do gênero, sexualidade e juventude. Esse ponto de convergência/emergência corresponderá a um resultado pelo qual se fará compreender a procedência da manifestação audiovisual no presente momento no país, que é rebatida num jogo de forças que rompem fronteiras pré-estabelecidas, num momento de ingresso na pós-modernidade, considerando essa etapa não apenas como um período histórico mas também como uma fase em que as grandes teorias, responsáveis pelas “certezas” da humanidade, não são mais suficientes para a compreensão dos fenômenos sociais.