Resumo:
O ambiente empresarial atual apresenta determinados eventos de alta incerteza e de difícil previsibilidade, é necessário que as empresas e seus gestores estejam preparados para atuar em novos e diferentes ambientes de negócios. A mudança no ambiente do refino de petróleo no Brasil iniciou com a abertura do mercado de combustíveis em 1997, Lei 9.478/97. Essa lei propiciou a participação de outros agentes, além da Petrobras, no exercício das atividades de importação e exportação de derivados de petróleo. O segmento de refino no Brasil tem apresentado ciclos de baixa e alta, pois os preços dos derivados nas refinarias não têm sido reajustados na mesma velocidade dos movimentos de preços dos derivados no mercado internacional. Com isso, as refinarias não integradas, é o caso estudado neste trabalho - a Refinaria de Petróleo Riograndense, têm apresentado menor rentabilidade se comparadas com refinarias integradas. Portanto, é necessário identificar eventuais vantagens competitivas que permitam sustentar o negócio deste tipo de refinaria a partir de uma perspectiva de longo prazo. Para tal, foi aplicado o método de construção de cenário Global Business Network (GBN), a fim de criar cenários futuros que apontem alternativas de atuação para uma refinaria de petróleo de baixa escala e não integrada. Além disso, verificar quais as contribuições que o método de construção de cenários GBN trouxe para a empresa e seus gestores. A pesquisa foi caracterizada como qualitativa, exploratória, utilizando o método pesquisa-ação para descrever melhor a construção dos cenários na empresa pesquisada. O resultado da pesquisa foi a geração de dois cenários futuros para a Refinaria Riograndense, onde se apresentam caminhos distintos de atuação no segmento de refino, considerando o ambiente futuro dos negócios e as características da empresa, ou seja, refinaria de petróleo de baixa escala e não integrada. As conclusões do trabalho indicam que o método de construção de cenário GBN contribui para melhorar a percepção da empresa e dos seus gestores sobre o ambiente do futuro do negócio, reduzindo erros no processo de tomada de decisão. Com isso, foi possível apontar caminhos futuros de sobrevivência para a empresa em um ambiente de forte competitividade e restrições ambientais. Também, o método GBN mostrou-se ser flexível às características da empresa, permitindo valorizar os conhecimentos e experiências dos gestores, bem como incentivar o envolvimento dos gestores no processo de construção de cenários.