Resumo:
Este trabalho surge em função da grande discussão a respeito da tomada de decisão dos gestores quanto ao nível de manutenção de caixa das firmas. O objetivo é verificar se existe uma relação entre o nível de governança corporativa das firmas e a liquidez que elas mantêm. É elaborado um modelo de regressão que inclui indicadores para governança corporativa, nível de liquidez e variáveis de controle apresentadas pela bibliografia da área. Utilizam-se dados de empresas brasileiras de capital aberto, listadas na BM&FBovespa, que compunham o Índice Brasil Amplo (IBRA) em 2014, com período de análise de 2010 a 2013. Realizaram-se regressões estatísticas com dados em painel e efeitos fixos. Os resultados não apresentaram significância estatística para os indicadores de Governança Corporativa (IGC1 e IGC2), elaborados pelo autor. Contudo, para o Nível de Governança Corporativa (NGC) da BM&FBovespa foram encontrados resultados consistentes, que indicam existência de correlação negativa entre NGC e nível de caixa. A interpretação dos resultados sugere a existência de problemas de agência decorrentes da possibilidade de expropriação dos recursos livres e dos interesses privados dos gestores. Além disso, verificam-se indícios de problemas de assimetria de informação, dada a tentativa de compensação dos custos de captação através da manutenção de caixa.