Resumo:
A existência da Anomalia de Ações de Baixo Risco (AABR) conflita com duas teorias econômicas tradicionais: a hipótese da eficiência de mercados e o trade-off risco/retorno. Essa anomalia permite que os agentes de mercado explorem uma provável ineficiência do mercado adotando uma estratégia de investir em ações de baixo risco e obter retornos superiores se comparados com ações de risco maior. Estudos anteriores já comprovaram a presença da AABR no mercado brasileiro. Além de investigar a presença, essa pesquisa investiga também a persistência e a magnitude da AABR, utilizando cinco modelos de precificação de ativos com os seguintes fatores de risco: mercado, tamanho, valor, momento e iliquidez. O método escolhido consiste na análise do desempenho de carteiras de ativos (Qn) formadas por quintis dos coeficientes betas de mercado obtidos em cada modelo, sendo o desempenho das carteiras determinado por quatro medidas de performance. As carteiras de ativos são formadas e avaliadas com ações negociadas na BM&FBOVESPA no período de 2001 a 2013; sendo os coeficientes betas dos ativos estimados em relação à carteira teórica IBOVESPA. A comparação das performances das carteiras Q1 e Q5 possibilitou identificar a presença e persistência da AABR na maioria das estratégias de montagem e retenção de carteiras. Os resultados, apesar de persistentes e economicamente relevantes, não são estatisticamente significantes. Na comparação entre os modelos de precificação, o modelo de Dois Fatores foi o que apresentou os melhores resultados em todas as medidas de performance, demonstrando a importância do efeito de liquidez na escolha dos ativos para a determinação da AABR.