Resumo:
O uso indiscriminado de Cateter Venoso Central (CVC) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode causar infecções na corrente sanguínea (ICS), acarretando na busca de estratégias para qualificar a assistência. O objetivo deste estudo é analisar as etapas do processo de Cuidado ao Paciente com Cateter Venoso Central (CPCVC), buscando identificar falhas potenciais e elaborar ações de cuidados em saúde, a fim de prevenir a ICS nas UTIs em estudo. Utilizou-se o Método de Análise de Falhas e Efeitos (FMEA) como estratégia para qualificar o processo de CPCVC na prevenção de ICS nas UTIs de um hospital de grande porte localizado na cidade de Caxias do Sul. O Grupo de Avaliação (GA) foi constituído por onze profissionais de enfermagem que atuam nessas UTIs. A coleta de dados ocorreu em duas etapas: a) pela elaboração do Fluxo de Inserção e Manutenção do Cateter Venoso Central segundo as diretrizes que nortearam este estudo; e b) pela análise do risco das inconformidades com o GA, seguindo o Fluxo de Inserção e Manutenção do Cateter Venoso Central e as etapas do processo de CPCVC. Para o cálculo de risco foram definidas a gravidade (G), a probabilidade de ocorrência (O) e a possibilidade de detecção (D) em cada item avaliado. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e pela Instituição em estudo. As principais inconformidades foram a falta de critério de indicação do CVC e os riscos relacionados a proteção de barreira, inserção e manutenção do CVC. Para a resolução das inconformidades, avaliadas como médio e alto risco, foram elaboradas as seguintes propostas de intervenção: a elaboração de três checklists para prevenção de infecção na corrente sanguínea; dois procedimentos operacionais padrão (POP) para a utilização e a manutenção do CVC; e um Programa de Práticas Educativas em Saúde. Os resultados apontaram que é necessário implementar estratégias para promover ações que possam impedir a ocorrência de falhas potenciais no processo de CPCVC, visando, principalmente, a prevenção de infecção na corrente sanguínea na UTI.