Resumo:
A preocupação com a saúde dos trabalhadores e como são as condições do ambiente no qual os mesmos estão inseridos, vem ganhando cada vez mais espaço nos debates sobre saúde e qualidade de vida no trabalho, em âmbito mundial. Objetivou-se mapear a situação de saúde dos trabalhadores de uma metalúrgica de implementos agrícolas do interior do Rio Grande do Sul, RS, considerando-se idade, sexo, escolaridade, acidentes de trabalho, imunizações, setor de trabalho, absenteísmo, situações de saúde e elaborar um programa de saúde para estes trabalhadores. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Participaram 167 trabalhadores, os quais responderam a um questionário. O sexo predominante foi o masculino. No que tange a escolaridade, a maioria possui ensino médio completo ou superior incompleto e idade entre 19 a 68 anos. Grande parte desempenha suas atividades laborais em setores de produção com jornada de trabalho de 8 horas e 48 minutos e a maioria não relatou terem sofrido acidentes de trabalho. O risco presente no ambiente de trabalho mais apontado foi o ruído, seguido por ergonômico, exposição a poeira, cortes, calor, queda, eletricidade, agentes biológicos e as radiações não ionizantes. A presença de Hipertensão Arterial Sistêmica foi relatada pela minoria e poucos com Diabete Mellitus. O IMC apontou presença de sobre peso ou algum grau de obesidade na maioria dos trabalhadores. O risco cardíaco obtido pela RCQ foi de alto a muito alto, também pela maioria dos trabalhadores. A avaliação MAN apontou poucos casos de desnutrição ou de risco para desnutrição. A maioria das mulheres adere ao autoexame de mama e ao Papanicolau. Em relação aos exames masculinos, os homens que responderam ao questionário não o fazem. A vacina mais frequente realizada foi a antitetânica, seguida por tríplice viral, febre amarela e hepatite B. O hábito de fumar está presente entre a minoria, mas o uso do álcool é comum a todos. Os resultados subsidiaram a elaboração de um Programa de Saúde para os trabalhadores, abordando avaliação nutricional e vacinal, tabagismo, ingesta de álcool, exames preventivos para mulheres e homens, doenças crônicas não transmissíveis, acidente de trabalho, absenteísmo e riscos ocupacionais. A realidade da saúde dos trabalhadores da metalúrgica mostrou a necessidade da elaboração do Programa de Saúde aos mesmos. A sua implantação no local de trabalho, de qualquer instituição é desafiadora e possível de ser realizada, mas é necessário que haja a concordância e o apoio da instituição.