Resumo:
Na busca por sistemas de tratamento de esgotos domésticos que atendam os princípios do desenvolvimento sustentável, os Wetlands Construídos apresentam-se como tecnologias de interesse. Esse trabalho avalia o desempenho de seis diferentes configurações de Wetlands Construídos descentralizados no tratamento de efluentes domésticos na região do Vale do Sinos e Serra gaúcha. Foram estudados dois wetlands de fluxo horizontal (WFH) comunitários, três wetlands de fluxo vertical (WFV) residenciais e um wetland de pré-tratamento com macrófitas flutuantes (WMF) Comunitário. Este trabalho avalia o desempenho dos sistemas, a eficiência na remoção da carga orgânica e desinfecção do esgoto frente à legislação, clima, cenário e condições de operação. Após 5 meses de monitoramento, todos os sistemas se mostraram eficientes na remoção da carga orgânica e turbidez, atendendo a legislação brasileira e apresentando concentrações médias na saída das unidades para DBO de 26,3; 12, 5 e 134,0 mg/L nos WFH, WFV e WMF, respectivamente. Em termos de DQO os resultados médios na saída das unidades foram de 160, 5 mg/L; 156, 5 mg/L e 134,0 mg/ L para os WFH, WFV e WMF respectivamente. Os WFH e WFV apresentaram remoção superior a 70% da carga orgânica mesmo nos sistemas saturados. Os WFV atenderam às necessidades de remoção da carga de nutrientes e apresentaram médias de 0,6 mg/L e remoção de 72% para fósforo total e 7,8 mg/L e 7,7 mg/L para nitrogênio total e amoniacal, respectivamente e remoção superior a 90% da carga nitrogenada. Os WFH não atenderam a legislação na remoção de nutrientes, diminuindo em média 39% da carga de fósforo, 52% de nitrogênio total e 37% de nitrogênio amoniacal, com médias de 5,8; 52,9 e 50,1 mg/L respectivamente no efluente tratado. Somente os WV1 e WV3 atenderam a legislação na desinfecção de E.coli e somente o WV3 para Coliformes Totais. O decréscimo de Coliformes totais foi de 73% nos WFH e 87% nos WFV, com médias na saída das unidades de 2,97E+04 e 3,38E+04 NMP/100 mL, respectivamente, nos WFH e WFV. Em termos de E. coli o decréscimo médio foi de 90% nos WFH e 84% nos WFV, com resultados de 2,86E+04 e 2,58E+03 nas saídas das respectivas unidades estudadas. Os fatores climáticos indicaram influência na dinâmica de funcionamento dos wetlands. Todos os WFV se mostraram efetivos para o fim a que se destinam e se mostraram adequados como sistemas de tratamento de esgoto on site. Os WFH evidenciaram a necessidade de um correto dimensionamento, acompanhamento técnico e manutenção dos sistemas coletivos.