Resumo:
Esta dissertação tem como objetivo analisar o Banco de Dados do site de compartilhamento de vídeos YouTube através de um olhar arqueológico para os meios de comunicação, e a inserção do audiovisual neste ambiente proposto por Foucault (2008), buscando entender como o Banco de Dados, através de sua estrutura de repositório em constante movimento, modifica o audiovisual dentro do site. Para isso, a pesquisa busca compreender os conceitos de "arquivo" e "enunciação", também propostos por Foucault, assim como conceitos específicos que permeiam as mídias digitais, tais como softwares, interfaces e hiperlinks. A dissertação também mergulha nas proposições de McLuhan (1964) dos meios como extensões do homem, propondo o computador como extensão do cérebro; movimento que nos leva ao conceito de Imagem-Corpo, que sugere que a verdadeira imagem está entre a percepção humana e o objeto em si, portanto, só existe no diálogo entre corpo e imagem. Aprimora-se esta ideia através de uma metodologia que denominamos como carto-cerebral, método que procura identificar os observáveis no site, a partir de um processo de busca realizado por afecção, segundo as proposições de Hansen (2004) apoiado em Bergson, onde optamos por objetos que nos afetam. Este processo é guiado por palavras-chave que realizam a interconexão entre os diferentes observáveis. Ao invés de focar unicamente nos vídeos do site, identificamos ferramentas que compõem este diferente audiovisual no YouTube. Dentre as quais, destacam-se as diferentes possibilidades provenientes do software, a interação do usuário com a máquina, assim como o próprio modo que o Banco de Dados se organiza. Esta análise cartográfica identifica pontos capazes de enunciar qual Banco de Dados do YouTube está surgindo. O conceito de "embodied", proposto por Hansen (2004), assim como os estudos de McLuhan (1964) são impreteríveis na organização da metodologia, permitindo compreender a ligação entre o Banco de Dados e a memória, conduzindo assim a pesquisa para a análise que pode observar não somente os vídeos dentro do YouTube, mas todos os seus potentes, permitindo emergir um outro audiovisual através do Banco de Dados. Um Banco de Dados como extensão da memória, que é capaz de, a partir de pequenas enunciações, colocar o arquivo em movimento, produzindo parte de um que surge com experiência audiovisual. Gerando uma Youtubidade que pode ser percebida nos diferentes objetos analisados. Construindo, através de distintas enunciações, alguns enunciados que tornam-se parte do discurso na análise final.