Resumo:
Grande parte das pesquisas com agregados provenientes da britagem de resíduos de construção e demolição (RCD) tem como foco principal o comportamento mecânico de concretos compostos com estes agregados. Este trabalho tem por objetivo o estudo das propriedades de concretos com agregados reciclados de concreto (ARC), abordando além das propriedades mecânicas de resistência à compressão e tração, questões relacionadas à durabilidade com ênfase na carbonatação. Para controlar as características do concreto reciclado, estes foram produzidos em laboratório com as seguintes resistências 18, 37 e 50 MPa, com o intuito de resultar em três agregados com porosidades distintas. Após 63 dias de cura submersa, este concreto foi britado e empregado como substituição parcial do agregado natural (AN) em um novo concreto que, por sua vez, foi moldado com uma relação água/aglomerante de 0,64. O ARC foi empregado em substituição ao AN em diversos teores (0, 25, 50, 75 e 100%). Previamente ao emprego, o ARC foi pré-molhado com teores de 0, 25, 50, 75 e 100% da água relativa à absorção total do resíduo. Para a verificação da durabilidade deste novo concreto quando exposto ao CO2, empregou-se o ensaio acelerado de carbonatação, realizado em câmara de alimentação contínua com atmosfera de 1% de concentração de CO2 e umidade relativa de 70% ± 5%, na qual os concretos permaneceram durante 147 dias. Os resultados obtidos a partir da leitura da profundidade carbonatada nas idades estudadas apresentam um comportamento semelhante tanto para os concretos de referência, quanto para os concretos que incorporam ARC. Somente para concretos que incorporam um alto percentual de substituição nota-se um ligeiro aumento da profundidade de carbonatação em relação aos concretos de referência. Com base nestes resultados pode-se inferir que até um percentual de 50% de substituição do AN por ARC com qualquer teor de pré-molhagem, a profundidade de carbonatação observada é a mesma para concretos com ARC e concretos de referência.