Resumo:
O Brasil passa por excelente momento na construção civil. Esse fato faz com que ocorra grande demanda de materiais, consequentemente grande consumo de matérias-primas e grande impacto ambiental. Para a produção de argamassas de revestimentos, normalmente, é utilizada areia natural, proveniente de depósitos aluvionares. Este tipo de matéria-prima está escasso, possui alto custo, e afeta diretamente o meio-ambiente por ser uma matéria prima não renovável. Uma possível alternativa de agregado miúdo, para uso em argamassa de revestimento, é a areia de britagem, que já é utilizada como agregado miúdo para concretos. Este estudo avalia o comportamento de argamassas produzidas com areias de britagem. O objetivo é comparar o comportamento de uma argamassa de cimento, cal e areia proveniente de britagem de rocha basáltica, com a mesma argamassa utilizando-se areia natural, sendo adicionadas às duas areias, microfinos provenientes da própria britagem da rocha basáltica. Foram adicionados cinco diferentes porcentagens de microfinos, formando dez traços de areias, sendo cinco traços com areia natural de leito de rio (areia aluvionar) e outros cinco traços com areia de britagem de rocha basáltica proveniente de britador VSI, material normalmente classificado como finos de pedreira. Os aglomerantes utilizados foram o CP II Z- 32 e cal CH-I. O traço adotado foi de 1:1:6 em volume de cimento, cal e areia.Foi possível comparar e analisar a retração das argamassas fazendo relação com a fissuração. Os resultados alcançados neste trabalho mostram que é tecnicamente viável a substituição de areia natural por areia de britagem de rocha basáltica em argamassas de revestimento, com percentual de microfinos de 10%. Entretanto, são necessários estudos complementares para melhorar a granulometria e a forma das partículas da areia de britagem, permitindo um melhor acabamento superficial do revestimento e buscando viabilizar sua utilização sem a necessidade de acrescentar microfinos à areia de britagem para atingir um teor de 10%.