Resumo:
A segunda onda do regionalismo no início da década de 1990 mudou consideravelmente o cenário do comércio internacional, sendo criados neste período, uma série de Acordos Preferenciais de Comércio (APC). No início da década de 2000, a literatura passou a estudar os efeitos provocados pela criação destes acordos no comércio internacional. O objetivo principal deste estudo é estimar o comércio bilateral potencial entre os países membros do MERCOSUL (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) através do modelo gravitacional, através de dados em painel com efeitos aleatórios. Foi estimado o fluxo potencial de comércio para o ano de 2009, sendo utilizados dados de 1999 a 2009, de uma amostra de 67 países. Os estimadores que mediram os efeitos do bloco no fluxo bilateral de comércio, mesmo sendo significativos, não influenciaram consideravelmente o fluxo de comércio. As estimações tiveram uma aproximação considerável entre o modelo estimado e o fluxo real de comércio bilateral, para o ano de 2009, obtendo um diferencial entre o fluxo potencial de comércio e o comércio efetivo de apenas 3,47%. Os fluxos que apresentaram maior potencial de comércio foram Argentina x Paraguai e Argentina x Uruguai, enquanto que o país que mais supera o fluxo potencial de comércio é o Brasil, que em todos os fluxos, com exceção de Brasil x Paraguai, excede o seu potencial.