Resumo:
Esta dissertação teve como objetivo identificar e analisar os fatores determinantes da necessidade de capital de giro corporativa, partindo de teorias robustas de finanças (Theory of Asymmetric Information, Agency Theory, Pecking Order Theory e Theory of Financial Distress) e de estudos empíricos que também tiveram como objeto a NCG. Para isto, este estudo teve como base um painel de dados não balanceado, com informações de 222 companhias brasileiras não financeiras com ações listadas na BM&FBOVESPA e presentes na Base de Dados Compustat, durante um período de 11 anos (2000 a 2010), totalizando 2.278 observações. Foram testadas diferentes variáveis, utilizando-se modelos de regressões lineares de complexidades distintas. A partir dos resultados da regressão final, gerada pelo Painel Dinâmico, foram identificados dez fatores determinantes da necessidade de capital de giro corporativa, todos significantes. O modelo evidencia a importância da NCG do ano anterior na explicação da NCG do ano corrente e mostra que empresas maiores, com vendas mais voláteis, maior fluxo de caixa livre, maior índice de endividamento e em dificuldades financeiras adotam uma necessidade de capital de giro proporcionalmente reduzida, tornando-se mais eficientes na sua gestão do capital de giro. Por outro lado, as evidências mostram que uma maior margem de contribuição, um maior índice market-to-book e a presença de remuneração anual vinculada ao lucro levam a um aumento da necessidade de capital de giro corporativa. Além disso, os resultados sugerem que um menor risco país encoraja o investimento em capital de giro, evidenciando que fatores exógenos a empresa também determinam o volume da sua NCG. Assim, esta dissertação pretende contribuir com pesquisas futuras, visto que é a primeira a investigar os determinantes do investimento líquido em capital de giro operacional sob a ótica de quatro teorias robustas de finanças.