Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo explorar as percepções de aposentados da serra gaúcha em relação à aposentadoria, organizando-se em dois estudos. O primeiro, que compõe a seção I, trata-se de uma revisão sistemática da literatura, no período de 2006 a 2011, sobre aposentadoria e saúde mental. Os resultados indicaram que, entre os métodos de pesquisa utilizados, predominaram os estudos quantitativos e, ao comparar os resultados por temáticas, observou-se que a mais estudada na literatura internacional foi consequências da aposentadoria na saúde, seguida da preparação para aposentadoria e qualidade de vida e satisfação com a aposentadoria como terceira temática. Outro aspecto que chama atenção é o número reduzido de estudos encontrados na categoria envelhecimento, o que aponta uma lacuna na literatura nacional e internacional. Já a seção II é composta por uma pesquisa qualitativa descritiva exploratória, em que participaram 12 aposentados desvinculados do trabalho no período entre 12 e 24 meses. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e tratados através de análise descritiva e de conteúdo. Dentre os resultados obtidos, destaca-se que os aposentados percebem na aposentadoria aspectos positivos e negativos. A maioria do grupo percebeu a aposentadoria como positiva e buscou alternativas para ocupar o tempo que antes era destinado às atividades profissionais. Em contrapartida, os que consideraram a aposentadoria como negativa, atribuíram ao trabalho uma importância central em suas vidas, manifestando maior sofrimento após a desvinculação das atividades profissionais. Os dados também denotam que, apesar dos ganhos em qualidade de vida e da melhoria no estado geral de saúde, com a aposentadoria, houve a perda do convívio diário com os colegas, ocorrendo assim uma redução do círculo social do aposentado. Espera-se que novos estudos sejam realizados para ampliar e expandir o conhecimento desta importante fase do ciclo vital.