Resumo:
Em 02 de dezembro de 2007 o Brasil deu início à nova fase da televisão, caracterizada pela passagem do patamar analógico para o digital. A digitalização marca uma nova idade da televisão, reconfigurada de tal forma que ela re(surge) com novas denominações, como PluriTV, TV expandida, IPTV e tantas outras que não cabe listá-las agora. O que interessa deste processo são as múltiplas possibilidades decorrentes da chamada convergência digital, ou convergência dos meios que, ao fazer cruzar variados tipos de mídia, ressignifica todos eles e enseja um futuro ainda incógnito, com a emergência de novas gramáticas audiovisuais. Um dos produtos que viceja no ambiente da convergência é esta nova TV digital, a Televisão Digital Terrestre (TDT), de transmissão hertziana, aberta e gratuita, pelo menos nas promessas iniciais e até o momento. No Brasil, os canais que exploravam o serviço de radiodifusão analógica tiveram suas licenças renovadas para o novo patamar, com o prazo de até 2016 para concretizar a passagem. A Rede Globo de Televisão, principal emissora de TV do país e uma das maiores do mundo, aos poucos, fez sua passagem nas capitais e principais cidades brasileiras e começou a investir na implantação dos serviços inerentes à nova tecnologia de transmissão. O presente trabalho busca identificar as principais decisões tomadas pela Globo para se posicionar, dos pontos de vista econômico, mercadológico, administrativo, artístico, tecno-estético e sob outros aspectos, no ambiente da digitalização. O conjunto dessas estratégias é analisado aqui pelos instrumentos da Economia Política da Comunicação, linha de pesquisa na qual se inscreve a pesquisa.