Resumo:
Não há consenso se e como, programas sócios ambientais criam valor para o acionista. Existem dificuldades em determinar este valor por ele se apresentar no longo prazo, por ser uma medida indireta ou, simplesmente, por não haver métricas de avaliação disponíveis, que respondam claramente essa questão. Diante dessa dificuldade e consequente necessidade acadêmica de avançar nesse tema, esta pesquisa busca verificar se existe relação entre a performance sócio-ambiental e os retornos econômicos. Para isso, busca-se identificar e analisar variáveis qualitativas que possam ser utilizadas como indicadoras do nível de performance sócio-ambiental das empresas, para, então, realizar testes estatísticos com o objetivo de agregar novas informações sobre essa relação no mercado brasileiro. As variáveis dependentes trabalhadas nesta pesquisa foram ROE, ROA, EBITDA, q de Tobin e o Beta 60 meses. Além disso, foi analisado se as vantagens econômicas de uma performance sócio-ambiental superior são mais relevantes para empresas manufatureiras, bem como com maior impacto ambiental. Os resultados do estudo apontam para ganhos econômicos em termos de valorização da empresa (q de Tobin aproximadamente 20% maior) e na redução do risco das empresas (beta 60 meses 9% menor). Ao mesmo tempo, não confirmaram a
influência do fato da empresa ser manufatureira ou com diferentes graus de impacto ambiental.