Resumo:
Com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre os agravos à saúde mental dos trabalhadores, esta dissertação é composta por um artigo teórico e um artigo empírico. O primeiro deles versa sobre a Saúde Mental do Trabalhador e o segundo trata dos Agravos à saúde mental de trabalhadores atendidos em um Centro de Referencia de Saúde do Trabalhador - CEREST. O estudo teórico objetivou analisar como o tema Saúde Mental do Trabalhador tem sido abordado em publicações científicas, no Brasil, nos últimos anos. Para a realização deste, foi feito um levantamento de publicações na base de dados BVS-PSI, delimitando a busca por artigos nacionais e nos anos de 2006 a 2010. Entre os resultados, verificou-se que a maioria dos estudos utilizou o método de pesquisa qualitativa (21), seguidos pelo quantitativo (15), com menor freqüência de estudos teóricos (5) e mistos (2). Os resultados apontam ainda que a relação entre condições de trabalho e o adoecimento é o tema mais abordado nestas pesquisas, concluindo que são necessários mais estudos que possam estar contribuindo com a melhora e avanços nas condições de trabalho, visando uma melhor qualidade de vida no ambiente profissional e a redução dos casos de adoecimento. O segundo estudo trata-se de um artigo empírico com método quantitativo, realizado através de análise documental, que buscou investigar quais são os agravos à saúde relacionados ao trabalho de casos acolhidos em um CEREST Regional, localizado na cidade de Porto Alegre - RS; enfatizando sobretudo os agravos à saúde mental do trabalhador. Os resultados mostraram que as mulheres (65,5%) procuraram mais o serviço especializado em Saúde do Trabalhador do que os homens (34,3%). A média de idade dos atendidos foi de 42 anos e o tempo de trabalho com média de 8,5 anos. As duas ocupações que mais buscaram o serviço foram: auxiliar de produção (17,5%) e auxiliar de serviços gerais (13,6%). Com uma representatividade de 50,2%, as LER/DORT foram os agravos com maior número de diagnósticos nos documentos estudados. Com relação aos agravos mentais, o transtorno depressivo foi o que mais se evidenciou com 35 casos (6,6% do total). A partir disto, conclui-se que o trabalho exerce grande influência na vida das pessoas e os casos de adoecimentos relacionados a este são ainda pouco diagnosticados e subnotificados, sugere-se que mais estudos sejam realizados, visando melhorias nas condições de trabalho e a redução do número de agravos à saúde mental do trabalhador.