Resumo:
O objetivo do artigo foi analisar as trajetórias de formação e a atuação de acupunturistas. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, baseado no referencial metodológico das narrativas de histórias de vida. Participaram oito profissionais de saúde, cinco homens e três mulheres, graduados em enfermagem, fisioterapia e medicina, que utilizavam a acupuntura a partir da perspectiva da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e que responderam a entrevistas semiestruturadas. A análise das narrativas resultou em três categorias centrais: Busca por novas racionalidades em saúde; Inserção no complexo mundo da acupuntura; A acupuntura vai além da agulha. Ficou evidente que a busca pela acupuntura foi motivada pela insatisfação com a formação inicial no paradigma biomédico. A trajetória de formação na acupuntura foi gradativa e envolveu uma inserção profunda na racionalidade da MTC, devido à complexidade de sua proposta terapêutica, o que levou-os a entender que a inserção da agulha representa a confluência de diversos aspectos da MTC, não podendo ser reduzido a mera aplicação de uma técnica de agulhamento. Neste sentido, aponta-se a necessidade de repensar a formação desses profissionais, assim como investigar a atuação dos que trabalham no Sistema Único de Saúde.