Resumo:
A formação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) é difundida na literatura como uma provável vantagem competitiva das pequenas e médias empresas frente às grandes corporações. Dentre os ganhos mais citados têm-se economias de escala, troca de informação, inovação e cooperação. Nesse contexto, a pesquisa aborda empresas do APL de jóias folheadas de Guaporé (RS) com o objetivo de identificar possíveis ganhos de custos provenientes da participação. O estudo de campo utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada, tendo por base sete categorias abordadas na literatura: competitividade, sociedade, troca de informações, recursos humanos, coopetição, inovação e economias de escala. As entrevistas contemplaram oito empresas do arranjo apoiadas pelo SEBRAE (RS), o poder público municipal e o próprio SEBRAE (RS). A análise dos dados possibilitou identificar ganhos em custos motivados pela participação no arranjo. Em três delas houve a mensuração dos ganhos. A origem dos ganhos foram pela participação em feiras, que poderiam ter ocorrido sem necessariamente participarem de um arranjo. Os ganhos em economia de escala ainda não foram percebidos e nem a presença do SEBRAE tem sido capaz de mobilizar os membros do arranjo para ganhos em compras em conjunto. Isso levaria o APL para a primeira fase evolutiva, segundo a classificação de Machado (2003). Aliado a isto, soma-se a falta de interesse das empresas e a pouca importância dada pelo poder público municipal. Constata-se que as indústrias do polo joalheiro de Guaporé (RS) não constituem um APL, na definição dada por Porter (1998).