Resumo:
Nesta dissertação de mestrado, estudamos o processo de produção da escrita em oficina literária. As teorias da enunciação de Émile Benveniste e de Jacqueline Authier-Revuz fundamentam nosso estudo. Em Benveniste, tomamos as reflexões sobre a dupla significância da linguagem para daí derivar uma forma de compreender o uso artístico da linguagem. Em Authier-Revuz, ancoramo-nos na teoria das heterogeneidades constitutivas / não-coincidências do dizer, para fundamentar a compreensão do ato enunciativo como palco de uma negociação constante e obrigatória do sujeito-autor com o(s) outros(s)/Outro que o atravessa(m) no ato de produção da escrita literária. Tomamos como objeto de estudo oito rascunhos e a versão final de um conto elaborado a partir de exercício proposto em uma Oficina de Criação Literária. Com o auxílio de classificações formuladas pela crítica genética – supressão, inserção e substituição -, acrescidas de categorias propostas por Endruweit (2006), observamos as alterações ocorridas de uma para outra