Resumo:
Este trabalho propõe diálogo entre lingüística e texto literário, tomando por ponto de intersecção a noção de sujeito. Para tanto, fez-se necessário buscar uma teoria lingüística que “acolha” o sujeito em seu objeto, bem como uma perspectiva que compreenda a obra literária como lugar em que se articula um saber sobre o sujeito. Nas teorias da enunciação, encontra-se suporte teórico-metodológico para o desenvolvimento do trabalho, principalmente em dois pensadores que fundam uma nova forma de ver o processo da enunciação, Bakhtin e Benveniste. Esses dois teóricos vêem a indissociabilidade do sujeito com a linguagem. Em Bakhtin, buscam-se elementos para a compreensão do relato ficcional como um diálogo de infinitas escrituras e aberturas interpretativas, necessário à compreensão da subjetividade. Para complementar a posição bakhtiniana sobre o texto literário, recorre-se ao ponto de vista de Kehl, segundo o qual há indissociabilidade entre a experiência de leitura de romances e a experiência de uma narrativa pe