Resumen:
Esta pesquisa teve como objetivo geral propor alternativas para estimular o aumento do volume de operações financeiras por parte dos cooperados de uma Cooperativa de Crédito Segmentado e, como objetivos específicos, analisar o portfólio de serviços disponibilizado pela Cooperativa aos seus cooperados; identificar os motivos que levam os cooperados a permanecer associados à Cooperativa; analisar os fatores que dificultam um maior volume de operações financeiras por parte dos cooperados junto à Cooperativa. As cooperativas de crédito desempenham um papel crucial na economia global, sendo muitas vezes responsáveis pela inclusão social e econômico-financeira de toda uma comunidade, ao estabelecer sociedades organizadas, que prestam serviços aos seus associados (ou cooperados). Por meio destas organizações, os cooperados visam atingir seus propósitos, utilizando a cooperação e a ajuda mútua como elemento crucial. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, com base na realização de entrevistas individuais em profundidade, com abordagem semiestruturada, junto ao quadro social e aos colaboradores; um total de 22 entrevistas, sendo 10 entrevistados cooperados ativos, 8 entrevistados cooperados inativos e 4 entrevistados colaboradores cooperados da Instituição em estudo. Os dados obtidos a partir das entrevistas evidenciaram que a cooperativa ocupa uma posição secundária na vida financeira de grande parte dos associados, revelando, por isso, uma baixa prioridade em relação ao uso de seus produtos e serviços. Ficou claro, inclusive, o quanto a experiência negativa associada à burocracia e à falta de autonomia nos processos impacta diretamente neste resultado. A diversificação do portfólio se apresentou não apenas como uma oportunidade de crescimento, mas também como uma estratégia de fidelização, ao oferecer soluções mais alinhadas às expectativas do público-alvo. E isto tende a limitar a capacidade da Cooperativa de se posicionar como uma instituição com solução completa, capaz de atender às necessidades mais amplas de proteção financeira de seus associados. Convém destacar que boa parte dos cooperados se encontra inativa, ou seja, não estão utilizando produtos ou serviços da Cooperativa. A falta de utilização destes produtos ou serviços ocorre em grande parte pela desinformação, o vácuo informacional que limita o potencial de expansão do relacionamento financeiro entre as partes. Para um público cada vez mais habituado às soluções digitais, rápidas e intuitivas, qualquer sinal de lentidão ou necessidade de intermediação representa uma barreira. É possível concluir que, além da questão operacional, há um desafio estratégico de reposicionamento. A Cooperativa precisa alinhar sua estrutura de atendimento e seus processos internos a um modelo mais ágil, investindo em canais digitais, que ampliem a autonomia do cooperado e reduzam, não só a percepção da burocracia, como sua existência de fato. A partir da pesquisa, foram apresentadas sugestões de melhorias, distribuídas em quatro eixos centrais, Formação e Educação Cooperativa, Tecnologia e Canais Digitais, Portfólio de Serviços, Comunicação e Relacionamento.