Resumo |
As perdas não técnicas de energia elétrica referem-se às perdas de energia que ocorrem em virtude de fatores não relacionados diretamente à operação técnica do sistema elétrico, podendo ser causadas por furtos, fraudes, erros de medição, inadimplência, entre outros fatores. Elas representam um desafio significativo para as empresas de distribuição, uma vez que impactam diretamente seus resultados financeiros e a qualidade do serviço prestado aos consumidores, onde a maior incidência destas perdas é verificada nas regiões mais vulneráveis dos municípios. Visando o desenvolvimento de um trabalho voltado à mitigação destas perdas, e concomitantemente, contribuindo à população mais vulnerável socialmente, aplicou se método para estimativa de PNT em três diferentes regiões de Porto Alegre/RS, em graus de alta, média e baixa vulnerabilidade social. Além das estimativas de PNT em kWh, foram analisadas em forma de prejuízo financeiro por região, onde constatou-se valores em R$ 205.451,19, R$ 268.758,62 e R$ 12.631.914,84 anualmente, da região mais vulnerável para a menos vulnerável. Como forma de proposição de mitigação às perdas não técnicas e prejuízos financeiros identificados, foram dimensionados três sistemas fotovoltaicos com base no consumo de energia da moradia típica de cada região, onde as previsões de retornos dos investimentos nestes sistemas ficaram em 13, 12 e 8 anos, das comunidades com alta, média e baixa vulnerabilidade, respectivamente. Por fim, com base na estimativa de PNT e projeção de sistemas fotovoltaicos, foram elencados e discutidos importantes pontos de incentivo a investimentos voltados à regularização elétrica de áreas vulneráveis e mitigação de perdas não técnicas, como a criação de programa social para fornecimento de energia solar fotovoltaica à subclasse residencial baixa renda com base no Programa de Energia Renovável Social da Lei 14.300/2022, e o possível direcionamento de custos de descontos da Tarifa Social de Energia Elétrica para o programa social proposto.; |