Autor |
Silva, Francielle Esmitiz da; |
Lattes do autor |
http://lattes.cnpq.br/8178236626435100; |
Orientador |
Aquino, Maria Clara Jobst de; |
Lattes do orientador |
http://lattes.cnpq.br/1404759638253577; |
Instituição |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos; |
Sigla da instituição |
Unisinos; |
País da instituição |
Brasil; |
Instituto/Departamento |
Escola da Indústria Criativa; |
Idioma |
pt_BR; |
Título |
Parem de nos matar: a violência de gênero em narrativas jornalísticas na pandemia; |
Resumo |
Esta pesquisa investiga como são construídas as narrativas jornalísticas sobre violência de gênero contra mulheres e LGBTQIA+ na pandemia de Covid-19 em portais de notícias brasileiros entre 2020 e 2021, a partir da análise em dois acontecimentos específicos. A violência de gênero se intensificou na pandemia em função, principalmente, das medidas de isolamento, da crise econômica e de saúde ocasionada pela doença, aprofundando as desigualdades de gênero. Para entender como o jornalismo narra a violência de gênero, a pesquisa parte de uma argumentação teórica sobre os estudos de jornalismo, gênero, violência de gênero contra mulheres e LGBTQIA+ e narrativas jornalísticas. Discute-se como gênero e patriarcado articulam um sistema de produção de desigualdades e violências contra mulheres e pessoas sexo-gênero diversas. A constituição histórica e social da violência contra mulheres e LGBTQIA+, conquistas, avanços e retrocessos nas políticas públicas para enfrentamento das violências são essenciais para compreender a produção e o agravamento da violência de gênero na pandemia de Covid-19. O acontecimento e as narrativas jornalísticas são conceitos centrais para pensar o papel do jornalismo e do jornalista para a produção de narrativas jornalísticas sobre violência de gênero e os sentidos que elas geram. Assim, através da análise da narrativa de dois acontecimentos de repercussão nacional sobre violência de gênero, a audiência do caso Mariana Ferrer e o caso de Roberta Nascimento, vítima de transfeminicídio que teve o corpo queimado por um adolescente em Recife, percebe-se que o jornalismo simplifica a problemática da violência de gênero ao apenas relatar os acontecimentos de modo sucinto e episódico. Desse modo, entendo que a violência de gênero, em sua origem e modos de produção, não é percebida como um acontecimento jornalístico, ainda que acontecimentos dessa natureza se acumulam cotidianamente. As narrativas pouco articulam casos, acontecimentos e dados da violência, e ainda mantém como fontes principais as institucionais, especialmente as fontes policiais. É possível ainda perceber uma construção narrativa diferenciada nos casos analisados, tanto na descrição das violências, como na identificação e tratamento dado às vítimas, que por vezes são expostas e revitimizadas. O jornalismo não se vale de sua posição como instituição legitima para produzir narrativas mais humanas e interessadas, que promovam o debate público e a produção de conhecimento. Entretanto, é possível observar que há mudanças em curso, como iniciativas que trabalham a partir de uma perspectiva de gênero, atentas ao contexto atual e as discussões de gênero e sexualidade que surgem através dos sites de redes sociais.; |
Abstract |
This research investigates how journalistic narratives about gender violence against women and LGBTQIA+ in the Covid-19 pandemic are constructed in Brazilian news portals between 2020 and 2021, based on the analysis of two specific events. Gender violence intensified during the pandemic, mainly due to isolation measures, the economic and health crisis caused by the disease, deepening gender inequalities. To understand how journalism narrates gender violence, the research starts from a theoretical argument about the studies of journalism, gender, gender violence against women and LGBTQIA+ and journalistic narratives. From Lerner (2019), it is understood how gender and patriarchy articulate a system of production of inequalities and violence against women and gender-diverse people. The historical and social constitution of violence against women and LGBTQIA+, achievements, advances and setbacks in public policies to face violence are essential to understand the production and worsening of gender violence in the Covid-19 pandemic. The event and journalistic narratives are central concepts for thinking about the role of journalism and the journalist in the production of journalistic narratives about gender violence and the meanings they generate. Thus, through the analysis of the narrative of two events of national repercussion on gender violence, the hearing of the Mariana Ferrer case and the case of Roberta Nascimento, a victim of transfemicide who had her body burned by a teenager in Recife, it is clear that the Journalism simplifies the issue of gender violence by only reporting events succinctly and episodicly. In this way, I understand that gender violence, in its origin and modes of production, is not perceived as a journalistic event, even though events of this nature accumulate on a daily basis. The narratives barely articulate cases, events and data on violence, and still maintain institutional sources as their main sources, especially police sources. It is also possible to perceive a differentiated narrative construction in the analyzed cases, both in the description of the violence and in the identification and treatment given to the victims, who are sometimes exposed and revictimized. Journalism does not take advantage of its position as a legitimate institution to produce more humane and interested narratives that promote public debate and the production of knowledge. However, it is possible to observe that there are ongoing changes with initiatives that work from a gender perspective, attentive to the current context and the discussions of gender and sexuality that arise through social networking sites.; |
Palavras-chave |
Narrativas jornalísticas; Violência de gênero; Violência contra LGBTQIA+; Violência de gênero em narrativas jornalísticas; Jornalismo e gênero; Pandemia; Journalistic narratives; Gender violence; Violence against LGBTQIA+; Gender violence in journalistic narratives; Journalism and gender; Pandemic; |
Área(s) do conhecimento |
ACCNPQ::Ciências Sociais Aplicadas::Comunicação; |
Tipo |
Tese; |
Data de defesa |
2023-06-06; |
Agência de fomento |
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; |
Direitos de acesso |
openAccess; |
URI |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12584; |
Programa |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação; |