Resumo:
A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, é um importante espaço para a construção de aprendizagens. Proporcionar estratégias pedagógicas para a convivência e interações entre adultos e crianças, permeadas e mediadas pelo uso da linguagem, contribui para a educação em sua integralidade e para a constituição desses sujeitos. Frente a esta demanda e tendo como propósito olhar para a linguagem neste contexto, o presente estudo tem como objetivo principal analisar como a linguagem é evidenciada na fala e nos planejamentos de professoras de Educação Infantil de uma escola da rede privada da região metropolitana de Porto Alegre, em tempos de pandemia. Para tal fim, os dados foram gerados durante encontros e entrevistas semiestruturadas com professoras efetivas da Educação Infantil de instituição parceira. Documentos, como planos de aula das educadoras, relacionados às diretrizes da BNCC (BRASIL, 2017) e DCNEI (BRASIL, 2010), também foram considerados. Os respectivos dados foram analisados sob a ótica de estudos voltados ao desenvolvimento da linguagem (BAKTHIN/VOLOCHINOV, 2006; VYGOSTSKY, 2007; PERFEITO, 2007; VEÇOSSI, 2014; STAUDT, 2015; STAUDT; FRONZA, 2015; SACCOMANI, 2018, entre outros). Entre as constatações desta dissertação destaca-se que, no contexto de Educação Infantil em foco, a linguagem é tratada como um dos aspectos a ser desenvolvido pelas docentes, assumindo um importante papel neste processo de desenvolvimento da criança. Embora com diferentes percepções sobre linguagem e suas abordagens, é possível perceber que, como mediadoras de aprendizagens, as docentes reconhecem a necessidade de vislumbrar, em cada estratégia pedagógica, situação de interação e relação de troca, as chances para o desenvolvimento das competências linguísticas das crianças. Não sendo a linguagem estática e nem restrita, todas as possibilidades de interação são permeadas pelo seu uso e sempre haverá oportunidade para os incentivos e estímulos às aprendizagens. A linguagem, portanto, assume um importante papel no contexto de mediações de aprendizagens na Educação Infantil, pois potencializa os diferentes sujeitos que dela se utilizam, se reconhecem e se constituem no(s) outro(s).