Autor |
Lena, Marisangela Spolaôr; |
Lattes do autor |
http://lattes.cnpq.br/3685229155231497; |
Orientador |
Gonçalves, Tonantzin Ribeiro; |
Lattes do orientador |
http://lattes.cnpq.br/6650257755307637; |
Instituição |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos; |
Sigla da instituição |
Unisinos; |
País da instituição |
Brasil; |
Instituto/Departamento |
Escola de Saúde; |
Idioma |
pt_BR; |
Título |
Da necropolítica e biopolítica perversa à potência de vida: o cuidado integrativo em uma Associação de assistência a presos; |
Resumo |
Esta tese de doutorado em Saúde Coletiva do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) teve como objetivo principal analisar como as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde eram utilizadas na promoção da saúde e cuidado de si de presos que frequentavam a Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (ACUDA), localizada no complexo prisional de Porto Velho, estado de Rondônia. A ACUDA é uma Associação sem fins lucrativos que proporciona a presos cuidados integrativos: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), práticas laborais, oficinas de aprendizado, práticas espirituais e religiosas, além de encontros familiares e sociais. O estudo caracterizou-se como qualitativo e etnográfico, envolvendo a permanência por quatro meses em Porto Velho. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISINOS, tendo a anuência da Associação. A pesquisadora frequentou diariamente a ACUDA realizando observações participantes, aplicando questionários sobre dados gerais e de saúde dos presos que frequentavam a Associação, bem como entrevistas em profundidade com seis presos, quatro funcionários e equipe diretiva da Associação. As entrevistas foram gravadas em áudio e, posteriormente, transcritas. O trabalho de campo também envolveu registros extensivos em diário de campo. A análise dos dados foi realizada com base em leituras exaustivas do material, na produção de narrativas sobre as trajetórias dos presos, e em diálogo com referenciais teóricos, principalmente pósestruturalistas, circunscrevendo dois artigos que compõem a tese. No primeiro artigo, intitulado Necropolítica, biopolítica perversa e a subversão do cuidado integrativo para
presos: etnografia de uma Associação de assistência em Porto Velho, buscamos discutir de que forma as estratégias biopolíticas e necropolíticas coexistem com ações de subversão dessa lógica a partir da articulação entre instituições, Estado e a insistência dos presos em viver suas vidas possíveis. No segundo artigo, intitulado (Re)existência e potência de vida: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde para presos, objetivamos analisar de que forma as PICS emergiram enquanto potência de vida a estas existências tão precarizadas, que necessitavam de cuidados. A partir da análise realizada e apresentada nos dois artigos, concluímos que o Estado se utilizava de estratégias necropolíticas e biopolíticas perversas como forma de gerir a vida dos presos, oferecendo subsídios para manter a vida (mesmo que precariamente), mas seguia violentando e produzindo a morte dos apenados. Contrariamente, a ACUDA, mesmo tendo que responder ao Estado, criava mecanismos de subversão à necropolítica, através do cuidado integrativo aos participantes. As PICS, situadas dentro deste
contexto de integralidade, foram também entendidas como Práticas de Afeto, de Cuidado, de Cidadania e de Liberdade, as vidas nuas eram potencializadas, de forma a conseguirem sobreviver ao sistema, tendo espaços de liberdade e de cidadania (ainda que circunscritos), podendo, ainda, vislumbrar possibilidades para além dos muros da Associação e das grades das prisões. Desta forma, os achados deste estudo indicam a necessidade de mais articulações entre o Estado, Associação e sociedade, de forma a tentar produzir modificações que vão além das mudanças no indivíduo, proporcionando a estes condições dignas de vida e alternativas à criminalidade. Ainda, destacamos a importância de novas pesquisas envolvendo as temáticas aqui abordadas.; |
Abstract |
This PhD thesis in Collective Health from the Graduate Program in Collective Health of the University of Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) aimed to analyze how integrative and
complementary practices in health were used in health promotion and self-care of prisoners attending the Cultural Association of the Development of the Inmate and Egress (ACUDA), located in the prison complex of Porto Velho, state of Rondônia. ACUDA is a non-profit association that provides prisoners with integrative care: integrative and complementary practices in health (ICPH), work practices, learning workshops, spiritual and religious practices, and family and social encounters. The study was characterized as qualitative and ethnographic, involving the stay for four months in Porto Velho. It was approved by the Research Ethics Committee of UNISINOS, with the consent of the association. The researcher attended ACUDA daily making participant observations, applying questionnaires on general and health data of the prisoners who attended the association, as well as conducting in-depth interviews with six prisoners, four employees and the association's management team. The interviews were audio recorded and later transcribed. The fieldwork also involved extensive field journaling. The data analysis was performed based on exhaustive readings of the material, on the production of narratives about the trajectories of prisoners, and on dialogue with theoretical references, especially poststructuralists, circumscribing two articles that make up the thesis. In the first article, titled Necropolitics, perverse biopolitics and the subversion of integrative care for prisoners: ethnography of an assistance association in Porto Velho, we seek to discuss how biopolitical and necropolitical strategies coexist with actions of subversion of this logic through the articulation between institutions, the state and the insistence of prisoners to live their possible lives. In the second article, entitled (Re)Existence and power of life: Integrative and complementary practices in healthfor prisoners, the objective was to analyze how HPHC emerged as a life power in these precarious existences that needed care. From the analysis performed and presented in both articles, we conclude that the state used perverse necropolitical and biopolitical strategies as a way to manage the lives of prisoners, by offering life-sustaining subsidies (albeit precariously), but it continued to hurt and produce the death of the inmates. In contrast, despite having to respond to the state, ACUDA created mechanisms of subversion to necropolitics, through integrative care for participants. The ICPHs, situated within this context of integrality, were also understood as Practices of Affection, Care, Citizenship and Freedom,naked lives were enhanced so that they could survive the system,having spaces of freedom and citizenship (albeit circumscribed), where they could also glimpse possibilities beyond the walls of the association and the bars of prisons. Thus, the findings of this study indicate the need for more articulation between the state, the association and society,in a way
that produces changes that can go beyond alterations in the individual, providing them with decent living conditions and alternatives to crime. Finally, we highlight the importance of new research involving the themes discussed here.; |
Palavras-chave |
Saúde prisional; Práticas integrativas e complementares em saúde; Cuidado integrativo; Biopolítica; Sistema prisional; Prison health; Integrative and complementary practices in health; Integrative care; Biopolitics; Prison system; |
Área(s) do conhecimento |
ACCNPQ::Ciências da Saúde::Saúde Coletiva; |
Tipo |
Tese; |
Data de defesa |
2019-08-26; |
Agência de fomento |
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; |
Direitos de acesso |
openAccess; |
URI |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12264; |
Programa |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva; |