Resumo:
Nossa tese tem como objetivo compreender como são construídos sentidos durantes de
tecnosegurança pela ambiência Facebook. No intento de complementar a construção do
problema de pesquisa, se determinam como objetivos específicos articular discussões
relacionadas à privacidade e segurança na cultura digital à perspectiva das audiovisualidades da tecnocultura; formular o conceito de “tecnosegurança” enquanto sintoma da tecnocultura contemporânea, que se espalha através e para além das mídias, produzindo ambiência; e, por fim, autenticar sentidos de segurança e de privacidade enunciados pelas interfaces do Facebook. Nossa abordagem utiliza um itinerário metodológico que trata de um contágio de iniciativas, como intuição, cartografia e metodologia das molduras e, como desdobramento, tivemos como inspiração o movimento do flâneur, dando a ver sete coleções criadas a partir de afinidades eletivas que emergem de nossa observação, indicando que o objeto assume duas ordens: a da materialidade, referente ao percurso pela plataforma e interfaces paralelas, e da
ordem das virtualidades, ou as ethicidades e imaginários que emergem dos emolduramentos agenciados. Autenticamos algumas ethicidades que se atualizam em molduras e moldurações de significação associadas aos imaginários que comunicam sentidos de vigilância, segurança, infância, cuidado, medo, proteção, confiança, judicialização e anonimato. Conforme demonstra nossa investigação, a fotografia da galáxia da tecnosegurança pela ambiência FB é formada por três constelações: Confiança Programada, Usuário Vulnerável e Ambiência da Tecnosegurança Contemporânea. Entendemos, como parte da contribuição dessa pesquisa, a
identificação da construção de um perfil multifacetado do usuário que percorre essa
ambiência conforme a ethicidade circunstanciada pela interface. Compreendemos que o FB é um complexo objeto de molduras, ethicidades e moldurações que carregam sentidos, dando a ver imaginários do próprio FB, não apenas restritos a ele, mas como sintoma da cultura digital contemporânea, a qual o próprio FB integra e retroalimenta para permanecer operando, alicerçado em sentidos identitários próprios da tecnosegurança. São nesses construtos que se atualizam em virtualidades, que compõem uma complexa arquitetura, que o FB reconvoca constantemente memórias, a partir das imagens de interface, criteriosamente desenvolvidas para construir confiança por meio de uma promessa dicotômica entre liberdade e controle.