Resumo:
As manifestações patológicas em alvenarias de vedações vêm sendo diagnosticadas
precocemente na área de ligação entre a alvenaria e a estrutura, causando um grande
problema na construção civil, principalmente na região do encunhamento, tão
importante e pouco explorado em pesquisa. Desta forma, há uma necessidade de uma
norma brasileira específica de execução e parâmetros das argamassas para
encunhamento. O objetivo deste trabalho foi pesquisar, comparar dados e avaliar a
eficácia das argamassas para encunhamento, identificando qual a melhor argamassa
para encunhamento flexível, que seja eficaz para minimizar as manifestações
patológicas na região do encunhamento. E qual argamassa amortece as deformações
estruturais que são transmitidas para a alvenaria. Para alcançar o objetivo, foram
realizados ensaios de compressão em paredes com quatro distintas argamassas de
encunhamento. As deformações das alvenarias e do encunhamento foram avaliadas,
através de ensaios laboratoriais de caracterização e resistência mecânica das
argamassas, no estado fresco e endurecido, e a resistência das argamassas
aplicadas em paredes. Os ensaios no estado fresco foram realizados para
determinação do índice de consistência, densidade da massa e teor de ar incorporado.
No estado endurecido, as propriedades estudadas foram de absorção de água, índice
de vazios, massa específica, módulo de elasticidade dinâmico e as resistências
mecânicas de compressão e tração na flexão. E o ensaio de cisalhamento e
compressão de paredes, com o intuito de determinar a deformação e a resistência ao
cisalhamento das argamassas aplicadas na região do encunhamento. Para este
estudo específico para a região de encunhamento, limitou-se em 4 argamassas e a
espuma de poliuretano, sendo 3 argamassas resilientes e 1 argamassa rígida. Os
resultados das argamassas mostram que quanto mais resiliente for, com o módulo de
elasticidade e teor de ar incorporado elevado, mais absorvem as tensões impostas à
parede e a ocorrência de anomalias se torna mais tardia, conforme a aplicação de
carga axial no sistema de vedação. Já, no caso da espuma de poliuretano, que é
altamente flexível, as anomalias aparecem precocemente, com carga aplicada de 6
kN. Em contrapartida, a parede sem encunhamento obteve a primeira anomalia
evidenciada a 61 kN e houve a ruptura a 82,54 kN. Enquanto a argamassa
industrializada foi a mais tardia evidenciada a primeira anomalia a 137,20kN.